Surfe

Yago Dora supera Italo Ferreira em final emocionante e é campeão em Peniche

Yago conquista segundo título da carreira em etapas da World Surf League, sobe 11 posições no ranking e entra no top-5

Escrito por Bola e Batom

23 MAR 2025 - 13H00

wsl

Nas ondas portuguesas, dois brasileiros disputaram o título da etapa de Peniche da World Surf League (WSL) neste domingo. Com presença da torcida verde e amarela em massa nas areias lusitanas, Yago Dora superou na decisão Italo Ferreira para conquistar o segundo título da carreira em etapas do tour. A decisão foi emocionante, esteve aberta até os últimos segundos de bateria e contou com cardápio de aéreos. Yago alcançou somatório 13.37 (6.70 + 6.67) contra 12.43 (7.43 + 5.00) de Italo.

Yago sobe 11 posições no ranking com a vitória, assume o quarto lugar e entra no top-5; Italo mantém a liderança apesar da derrota e seguirá com a lycra amarela para a quarta etapa da temporada. A próxima parada do tour será em El Salvador e terá início dia 2 de abril.

- Difícil explicar, ano passado eu bati na trave duas vezes, perdi as duas finais que disputei. Eu não podia deixar escapar novamente. Estou muito feliz em voltar a sentir essa sensação de ser campeão - vibrou Yago.

Após quatro dias de calmaria nas competições, o domingo foi de maratona nas ondas de Supertubos. Em decorrência das condições ruins durante a semana, a WSL optou por deixar para o último dia da janela os confrontos de oitavas, quartas, semi e final do masculino. Entre os brasileiros, Filipe Toledo também entrou em ação no Finals Day, mas foi eliminado na fase quartas de final.

A final

Reeditando a final da etapa de Saquarema de 2024, Italo Ferreira e Yago Dora se encontraram na decisão da etapa que é considerada a segunda casa do Brasil no tour em decorrência do idioma e da presença em peso dos brasileiros residentes em Portugal. À vontade, os dois deram um show de aéreos para os torcedores presentes.

Yago Dora foi o primeiro a decolar com um full rotation. O paranaense radicado em Santa Catarina desequilibrou na finalização e recebeu nota 6.67. Logo na sequência, Italo Ferreira respondeu com um combo de tubo mais aéreo. Bicampeão em Peniche com títulos em 2018 e 2019, Italo alcançou a melhor nota da bateria com 7.43.

Minutos finais emocionantes

Dando sequência aos pousos e decolagens, Yago Dora subiu para mais um full rotation e dessa vez conseguiu voltar limpo na onda e ainda finalizar com um manobra de borda. Com somatório 13.37, ele ficou no aguardo do contra ataque de Italo Ferreira, que detinha a prioridade. O potiguar subiu alto, mas não conseguiu aterrissar na parte rasa da bancada. Italo precisava de 5,94 para virar e seguiu atrás da vitória até os instantes finais.

Disputa na remada

Na volta de sua penúltima onda, Ferreira voltou para o pico em outra direção a fim de descolar de Yago, que detinha a prioridade faltando um minuto para o final. Numa cena inusitada, Yago remou intensamente durante os segundos finais atrás de Italo, que se afastava no outside para conseguir uma última oportunidade para a virada. O campeão olímpico chegou a dropar no estouro do relógio, mandou um aéreo, mas não apresentou o suficiente para virar, tirando 5.00 e chegando a 12.43.

O caminho

Yago Dora não deixou dúvidas na escalada até a final. Nas oitavas, ele passou pelo havaiano Imaikalani deVault com somatório 12.17 contra 6.33 do adversário. Nas quartas, Yago também não encontrou dificuldades para superar o australiano Jack Robinson, que é treinado por seu pai Leandro Dora. No confronto entre pai e filho, melhor para o primogênito que anotou 15.50 contra 8.50 de Jack.

Na semifinal, Yago deixou para trás outro australiano respeitado no tour. Algoz de Filipinho nas quartas, Ethan Ewing foi eliminado em combinação. Yago mostrou variação e em sua melhor onda da bateria conseguiu um aéreo com bastante altura. Na sequência, explorou um combo de três manobras de borda para consolidar uma boa segunda nota.

O brasileiro ainda chegou a pegar um tubo e se tivesse completado o aéreo na finalização teria aumentado o somatório, que foi de 12.83 (7.50 + 5.33) contra apenas 3.50 (2.50 + 1.00) de Ethan. As notas baixas do australiano ilustram o grau de dificuldade das condições da bateria, que teve chuva, mudança de vento e chegou até "recall" após 10 minutos sem oportunidades de surfe.

Revanches

Italo Ferreira também avançou sem grandes dificuldades até a final. O campeão mundial e olímpico superou nas oitavas de final Joel Vaughan com um aéreo espetacular (9.17) e somatório 12.84 contra 9.00 do australiano. Nas quartas, ele teve a primeira revanche do dia ao enfrentar Rio Waida, adversário na decisão do título da etapa de Abu Dhabi. Como nos Emirados Árabes, Italo levou a melhor ao vencer com 9.87 contra 6.43 de Rio.

Nas semifinais, ele voltou a reencontrar o havaiano Barron Mamiya, campeão da etapa de estreia da temporada em Pipeline. Se na ocasião Italo foi eliminado nas semis, desta vez deu Brasil. Ferreira conseguiu encontrar duas ondas medianas diante de condições muito ruins e ficou na espera do contra ataque de Barron, que costuma se destacar em ondas tubulares. Os tubos não se formaram para o havaiano, que ficou para trás com somatório 9.93 contra 11.04 do brasileiro.

Filipe Toledo cai nas quartas

Filipe Toledo iniciou o domingo em Peniche com vitória nas oitavas de final contra o sul-africano Jordy Smith. O duelo foi marcado por condições difíceis do mar e nota baixas. Filipinho somou 9.43 contra 8.47 de Jordy.

Nas quartas de final, o surfista brasileiro, que já foi campeão da etapa portuguesa em 2015, enfrentou mais uma bateria de poucas ondas. Adversário de Toledo, Ethan Ewing conseguiu encontrar a exceção. O australiano esperou pela primeira onda e quando dropou pegou um tubo excelente de nota 9.17.

Filipinho conseguiu responder com um 7.83 em sua sexta tentativa. Com a prioridade e precisando de 4,67 para virar a bateria, Toledo esperou o mar reagir nos minutos finais. A resposta não veio para alegria de Ethan Ewing que avançou com somatório 12.50 contra 8.96 do bicampeão mundial.

Caroline Marks é campeã entre as mulheres

A americana Caroline Marks conquistou o bicampeonato nas ondas portuguesas ao superar na decisão a havaiana Gabriela Bryan com somatório 7.90 contra 6.97 da adversário. Com o resultado, Marks sobe para a terceira posição no ranking.

No caminho até a decisão, as mulheres disputaram neste domingo semifinais e finais. Marks deixou para trás nas semis a australiana Molly Picklum. Quem também parou na mesma fase foi a jovem canadense Erin Brooks, superada por Gabriela Bryan. As representantes brasileiras Tatiana Weston-Webb e Luana Silva já tinham ficado pelo caminho.

Oitavas de final

Jack Robinson (AUS) 11.93 x 6.00 Liam O'Brien (AUS)

Yago Dora (BRA) 12.17 x 6.33 Imaikalani deVault (HAV)

Ethan Ewing (AUS) 12.76 x 7.94 Cole Houshmand (EUA)

Filipe Toledo (BRA) 9.43 x 8.47 Jordy Smith (AFS)

Italo Ferreira (BRA) 12.84 x 9.00 Joel Vaughan (AUS)

Rio Waida (IND) 9.17 x 7.36 Kanoa Igarashi (JPN)

Marco Mignot (FRA) 9.50 x 4.83 Seth Moniz (HAV)

Leonardo Fioravanti (ITA) 11.23 x 12.84 Barron Mamiya (HAV)

Quartas de final

Jack Robinson (AUS) 8.50 x 15.50 Yago Dora (BRA)

Ethan Ewing (AUS) 12.50 x 8.96 Filipe Toledo (BRA)

Italo Ferreira (BRA) 9.87 x 6.43 Rio Waida (IND)

Marco Mignot (FRA) 9.27 x 10.34 Barron Mamiya (HAV)


Semifinal

Yago Dora (BRA) 12.83 x 3.50 Ethan Ewing (AUS)

Italo Ferreira (BRA) 11.04 x 9.93 Barron Mamiya (HAV)

Final

Yago Dora (BRA) 13.37 x 12.43 Italo Ferreira (BRA)


Fonte: wsl

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Bola e Batom, em Surfe

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.